Eu sei que ainda falta um pouco para a Ostara, mas encontrei mais uma vez um óptimo texto na revista "Ser Pagano" n.º4 (http://issuu.com/serpagano/docs/revista_oficial_n_4), que este mês traz artigos excelentes não só de Ostara como de Odin (para quem gostar dessa mitologia) e sobre runas, entre outras coisas muito interessantes! Mais uma vez decidi compartilhar convosco o artigo sobre o próximo Sabbat, que traduzi do espanhol (e mais uma vez peço desculpa se não for a melhor tradução mas é o que se arranja ).
Estou mortinha que chegue o equinócio e que venham os dias grandes e quentes!!!
A Lenda de Eostre
Por fim, deixo-vos com uns lindos ovinhos de Ostara (espero que recebam muitos e cheios de prosperidade!) e votos de um óptimo Equinócio!
Estou mortinha que chegue o equinócio e que venham os dias grandes e quentes!!!
A Lenda de Eostre
Conta uma lenda, que no amanhecer do equinócio da primavera, uma jovem donzela saiu para o bosque para colher as primeiras flores em honra à deusa Eostre (Ostara). Foi então quando, por entre os brotos verdes ainda cobertos por uma fina geada do final de inverno, encontrou um pássaro ferido com as suas pequenas asas geladas. A jovem pegou nele nas suas mãos e pousou-o debaixo dos primeiros raios de sol da manhã, pedindo a Eostre que o salvasse. A deusa, comovida, mandou o seu quente alento em forma de arco-íris irradiando de vida o seu pequeno corpo que, no entanto, ainda estava muito débil. Então, para salvar a sua vida, decidiu transformá-lo numa lebre das neves de maneira a que não tivesse mais medo das noites frias e dos dias incertos da primavera. No entanto, a transformação não ficou completa.
O pássaro ficou com aspecto de lebre, mas manteve a capacidade de pôr ovos. Contudo, estes não eram como os normais pois o poder da deusa fez com que, acidentalmente, estes ovos fossem bonitas joias de cores. A lebre, em agradecimento por lhe ter salvado a vida, ia guardando os ovos durante todo o ano no bosque, para que na manhã do equinócio da primavera, dia em que Eostre voltava, as jovens donzelas da região os recolhessem em sua honra, recordando assim aquele dia em que a deusa lhe salvou a vida.
Este costume ainda hoje em dia é feito, e ainda podemos ver como os mais jovens vão aos bosques e jardins procurar os preciosos ovos que a lebre das neves deixa para Eostre, trazendo a quem os encontrar, toda a abundância que desejam.
O pássaro ficou com aspecto de lebre, mas manteve a capacidade de pôr ovos. Contudo, estes não eram como os normais pois o poder da deusa fez com que, acidentalmente, estes ovos fossem bonitas joias de cores. A lebre, em agradecimento por lhe ter salvado a vida, ia guardando os ovos durante todo o ano no bosque, para que na manhã do equinócio da primavera, dia em que Eostre voltava, as jovens donzelas da região os recolhessem em sua honra, recordando assim aquele dia em que a deusa lhe salvou a vida.
Este costume ainda hoje em dia é feito, e ainda podemos ver como os mais jovens vão aos bosques e jardins procurar os preciosos ovos que a lebre das neves deixa para Eostre, trazendo a quem os encontrar, toda a abundância que desejam.
Ostara, a Páscoa Pagã
Equinócio da primavera, Ostara, a estrela do Este. Momento em que a Natureza, latente durante o inverno, desperta do seu grande sonho. As flores começam a abrir e a cobrir com mantos de cores os prados dos vales e as encostas das altas montanhas. Os cantos da Natureza brindam-nos com a oportunidade de voltar a abrir as janelas e assim deixar entrar os frescos aromas da primavera; de fazer limpeza, deixando que a luz renovada inunde cada canto; de receber as novas energias do sol que começa a aquecer timidamente os campos e a chuva que os torna férteis. É o momento de semear.
É tempo de celebrar a fertilidade, o crescimento e a vida. Equilíbrio sagrado entre a noite e o dia, época de novos começos, novas aventuras e infinitas possibilidades, pois o período de escuridão terminou e a luz inclina a balança e supera a fria noite, alargando os dias e trazendo a esperança do retorno de um período de próspera bonança.
É uma estação de paixões renovadas. A luz e a escuridão estão em equilíbrio perfeito, sendo que a claridade é cada vez maior e o sol está quase no auge da energia renovada. É uma estação de celebração da juventude, do crescimento e da fertilidade.
Festividade pagã relacionada com rituais e festas diurnas que se realizam para celebrar o equinócio da primavera, festejada no dia 21 ou 22 de março no hemisfério norte, sendo por volta do dia 23 de setembro no hemisfério sul. É o segundo dos “sabats menores” dos oito grandes festejos, Sabats ou festas solares que representam a energia que muda a Natureza e que compõem a Roda do Ano. Tem por seu nome Oestre ou Ostara, deusa da primavera e do amanhecer, da qual deriva a palavra Easter, que significa páscoa em inglês.
Se pararmos para observar, podemos encontrar outras referências a Ostara no nosso vocabulário de hoje em dia, assim como desde a antiguidade que existe um evidente vínculo entre Eostre e a deusa grega do amanhecer, Eos, que para os druidas era Alban Eilir, o dia nascente, a Aurora. A raiz indo-europeia levar-nos-ia a ausos, do grego eos “aurora”, e assim a east “este” ou “Este”, o ponto cardial de onde o sol nasce, marcando o começo do dia ou até da estação. Da mesma forma que primavera (prima-vera) significa “antes do verão” ou “primeiro verão”. Assim como austro do pró-germânico e a raiz pró-europeia aues, significam “brilhar”, fazendo provavelmente referência ao astro rei que começa nesta época a brilhar com mais intensidade alargando significativamente os dias.
A sua festa celebra-se tradicionalmente na lua cheia que se segue ao equinócio da primavera. Supostamente, no cristianismo não se celebram as luas cheias, pelo que decidiram que a páscoa seria no domingo seguinte. Assim, a páscoa é sempre no primeiro domingo após a primeira lua cheia equinocial, fazendo com que a festa pascoal não tenha data fixa. No entanto, tentou-se fazer coincidir a dita festividade pagã, profundamente enraizada, com a estação litúrgica cristã da quaresma, mas, perante a impossibilidade de sobrepô-la, incorporou-se, sendo o dia 25 de março a festa da anunciação da virgem Maria, momento no qual se “anuncia” que vai ser mãe através de uma “divina concepção”.
Esta adaptação alude à cena pagã mais antiga que se centra no feliz processo da concepção natural, quando a deusa jovem e virgem (neste caso no sentido de “não casada”) se une com o jovem deus solar, sendo ele um deus adolescente na festividade de Imbolc.
Assim, pode representar um “enlace de mãos” handfasting, a união sagrada entre o deus a deusa, Hieros gamos, o Grande Ritual, o Matrimónio Sagrado, e que no paganismo se festeja em Beltane, a 1 de maio, curiosamente também consagrado no cristianismo à virgem Maria.
É possível encontrar referências a Eostre no texto “De Temporum Rationale” do monge beneditino Beda, o Venerável (673-735), como sendo uma deusa cujo festival se celebra no quarto mês do ano. O mês chama-se Eosturmona (do anglo-saxão) e Ostarmanoth ou Ostermonat (do alemão antigo). De acordo com E. Cobham Brewer (no seu dicionário “Phrase and Fable), abril chamava-se Ostermonath porque era o meu de “Ost-end wind” (vento do Este). Ostarmanoth estaria mais perto do equinócio no nosso mês de março, já que naqueles tempos os meses tinham 28 dias (ciclo lunar).
Actualmente, as reminiscências pagãs podem-se observar nas formas e símbolos com que habitualmente se celebra a páscoa, pois oferecem-se ovos pintados ou de chocolate, tal como doces como coelhos e galinhas também de chocolate. Tudo para celebrar a chegada da primavera, para simbolizar a renovação do período da Natureza e da nova vida que contem a semente da criação, do nascimento e da esperança, acentuando o termo da “ressurreição”, do retorno.
Algo que na simbologia cristã se apresenta na figura de um homem, durante a páscoa da ressurreição da morte, na ressurreição de Jesus. Novamente vemos uma assimilação do paganismo nesta época do ano em que a deusa e o deus descem ao submundo, na liturgia cristã começa com a morte na cruz na sexta-feira santa, na qual se conta como Jesus desceu ao inferno por três dias e ao terceiro dia, no domingo de páscoa, ele se ergueu dos mortos e ascendeu ao céu, tal como vemos nas antigas religiões pagãs que falam da deusa que desce ao submundo, também por um período de três dias (alusivo ao aspecto lunar da deusa, na imagem da lua nova que traz três noites de escuridão, quando a lua não está visível), pelo que devemos deduzir que a dita descida ao inferno ou à terra dos mortos de Jesus, foi alcançada originalmente não por uma divindade masculina solar mas sim por uma divindade feminina lunar.
Como diz um livro das sombras: “…assim como a lua decresce e diminui e caminha três noites na escuridão, a deusa passou também três noites no reino da morte.” De facto, tanto na mitologia como na literatura é um tema recorrente e universal o facto de que os deuses ou os heróis viajam ao submundo e regressam de forma triunfal, como no mito de Perséfone, cuja descida temporal ao submundo provocava a mudança da estação.
É tempo de celebrar a fertilidade, o crescimento e a vida. Equilíbrio sagrado entre a noite e o dia, época de novos começos, novas aventuras e infinitas possibilidades, pois o período de escuridão terminou e a luz inclina a balança e supera a fria noite, alargando os dias e trazendo a esperança do retorno de um período de próspera bonança.
É uma estação de paixões renovadas. A luz e a escuridão estão em equilíbrio perfeito, sendo que a claridade é cada vez maior e o sol está quase no auge da energia renovada. É uma estação de celebração da juventude, do crescimento e da fertilidade.
Festividade pagã relacionada com rituais e festas diurnas que se realizam para celebrar o equinócio da primavera, festejada no dia 21 ou 22 de março no hemisfério norte, sendo por volta do dia 23 de setembro no hemisfério sul. É o segundo dos “sabats menores” dos oito grandes festejos, Sabats ou festas solares que representam a energia que muda a Natureza e que compõem a Roda do Ano. Tem por seu nome Oestre ou Ostara, deusa da primavera e do amanhecer, da qual deriva a palavra Easter, que significa páscoa em inglês.
Se pararmos para observar, podemos encontrar outras referências a Ostara no nosso vocabulário de hoje em dia, assim como desde a antiguidade que existe um evidente vínculo entre Eostre e a deusa grega do amanhecer, Eos, que para os druidas era Alban Eilir, o dia nascente, a Aurora. A raiz indo-europeia levar-nos-ia a ausos, do grego eos “aurora”, e assim a east “este” ou “Este”, o ponto cardial de onde o sol nasce, marcando o começo do dia ou até da estação. Da mesma forma que primavera (prima-vera) significa “antes do verão” ou “primeiro verão”. Assim como austro do pró-germânico e a raiz pró-europeia aues, significam “brilhar”, fazendo provavelmente referência ao astro rei que começa nesta época a brilhar com mais intensidade alargando significativamente os dias.
A sua festa celebra-se tradicionalmente na lua cheia que se segue ao equinócio da primavera. Supostamente, no cristianismo não se celebram as luas cheias, pelo que decidiram que a páscoa seria no domingo seguinte. Assim, a páscoa é sempre no primeiro domingo após a primeira lua cheia equinocial, fazendo com que a festa pascoal não tenha data fixa. No entanto, tentou-se fazer coincidir a dita festividade pagã, profundamente enraizada, com a estação litúrgica cristã da quaresma, mas, perante a impossibilidade de sobrepô-la, incorporou-se, sendo o dia 25 de março a festa da anunciação da virgem Maria, momento no qual se “anuncia” que vai ser mãe através de uma “divina concepção”.
Esta adaptação alude à cena pagã mais antiga que se centra no feliz processo da concepção natural, quando a deusa jovem e virgem (neste caso no sentido de “não casada”) se une com o jovem deus solar, sendo ele um deus adolescente na festividade de Imbolc.
Assim, pode representar um “enlace de mãos” handfasting, a união sagrada entre o deus a deusa, Hieros gamos, o Grande Ritual, o Matrimónio Sagrado, e que no paganismo se festeja em Beltane, a 1 de maio, curiosamente também consagrado no cristianismo à virgem Maria.
É possível encontrar referências a Eostre no texto “De Temporum Rationale” do monge beneditino Beda, o Venerável (673-735), como sendo uma deusa cujo festival se celebra no quarto mês do ano. O mês chama-se Eosturmona (do anglo-saxão) e Ostarmanoth ou Ostermonat (do alemão antigo). De acordo com E. Cobham Brewer (no seu dicionário “Phrase and Fable), abril chamava-se Ostermonath porque era o meu de “Ost-end wind” (vento do Este). Ostarmanoth estaria mais perto do equinócio no nosso mês de março, já que naqueles tempos os meses tinham 28 dias (ciclo lunar).
Actualmente, as reminiscências pagãs podem-se observar nas formas e símbolos com que habitualmente se celebra a páscoa, pois oferecem-se ovos pintados ou de chocolate, tal como doces como coelhos e galinhas também de chocolate. Tudo para celebrar a chegada da primavera, para simbolizar a renovação do período da Natureza e da nova vida que contem a semente da criação, do nascimento e da esperança, acentuando o termo da “ressurreição”, do retorno.
Algo que na simbologia cristã se apresenta na figura de um homem, durante a páscoa da ressurreição da morte, na ressurreição de Jesus. Novamente vemos uma assimilação do paganismo nesta época do ano em que a deusa e o deus descem ao submundo, na liturgia cristã começa com a morte na cruz na sexta-feira santa, na qual se conta como Jesus desceu ao inferno por três dias e ao terceiro dia, no domingo de páscoa, ele se ergueu dos mortos e ascendeu ao céu, tal como vemos nas antigas religiões pagãs que falam da deusa que desce ao submundo, também por um período de três dias (alusivo ao aspecto lunar da deusa, na imagem da lua nova que traz três noites de escuridão, quando a lua não está visível), pelo que devemos deduzir que a dita descida ao inferno ou à terra dos mortos de Jesus, foi alcançada originalmente não por uma divindade masculina solar mas sim por uma divindade feminina lunar.
Como diz um livro das sombras: “…assim como a lua decresce e diminui e caminha três noites na escuridão, a deusa passou também três noites no reino da morte.” De facto, tanto na mitologia como na literatura é um tema recorrente e universal o facto de que os deuses ou os heróis viajam ao submundo e regressam de forma triunfal, como no mito de Perséfone, cuja descida temporal ao submundo provocava a mudança da estação.
Por fim, deixo-vos com uns lindos ovinhos de Ostara (espero que recebam muitos e cheios de prosperidade!) e votos de um óptimo Equinócio!