Bem, como eu tenho imenso interesse nestas coisas e acho que grande parte de voces também, lembrei-me de fazer um tópico para falar um pouco acerca de plantas!
peço desculpa pela falta de originalidade do nome do tópico lol (se alguem tiver uma sugestão melhor agradeço )
e, como não podia deixar de ser, vou começar pela Foxglove
aproveiteio facto da revista "Ser Pagano" (http://issuu.com/serpagano/docs/revista_serpagano_n_5) ter feito um artigo muito bom sobre esta planta para partilhar convosco!
espero que gostem e dêm também o vosso contributo, se puderem!
É linda!!!!
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e, como não podia deixar de ser, vou começar pela Foxglove
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Dedaleira
(Digitalis Purpurea)
A Dedaleira (Digitalis Purpurea – deve-se à forma e cor das flores) conhecida também por “dedal colorido”, “dedos de rainha” ou “luva da virgem”, é uma planta herbácea bienal ou bianual, ou seja, demora 24 meses a completar o seu ciclo biológico, crescendo no primeiro ano e florescendo e dando sementes no segundo.
É da família das escrofulariáceas, é uma planta de especto felpudo na sua totalidade, de caule cilíndrico e oco que pode ir dos 1,70 aos 2,50 metros de altura. As suas folhas lanceoladas e basais podem alcançar os 40 centímetros de longitude. As suas flores campaniformes assemelham-se a dedais de cores púrpuras intensas, dispõem-se formando uma haste de flores pendentes, atingindo até os 5 centímetros de largura, estando em grupo.
Durante o primeiro ano de crescimento, o seu aspeto é de um plantel em forma de roseta de folhas verdosas, basais, ovais e dentadas. Durante o segundo ano gera-se a floração, durante a qual um grande caule coroado por flores emerge de entre as folhas verdosas terrestres. Florescem de Junho a Setembro.
Fácil de cultivar, e também pelo seu valor medicinal, é muito apreciada como planta ornamental, precisa de espaço suficiente (pelo que é recomendável plantá-la num jardim) preferindo os climas temperados, a sombra ou semi-sombra e os solos férteis e húmidos.
Originária do norte da Europa e parte do noroeste de África e Ásia central, podendo também ser encontrada, devido à sua introdução desde o continente europeu, em países sul-americanos, como Argentina ou Chile.
Devido à sua grande adaptabilidade, hoje podemos encontra-la de forma silvestre em terrenos frios, húmidos e sombreados, como nos limites dos bosques ou prados próximos a rios ou zonas pantanosas e com maior frequência perto de carvalhos, faias e abetos e também junto a azinheiras e sobreiros no sul da península ibérica.
A Dedaleira é o típico exemplo de como a mesma planta tanto pode curar como matar. As suas virtudes medicinais estão nas folhas, de odor escasso mas característico, e de profundo sabor amargo.
Administrada pela primeira vez no século XVII na Inglaterra, como tratamento numa infusão de folhas de digitalis, a um doente que padecia de hidropsia de origem cardíaca (inflamação do corpo devido ao mau funcionamento do coração) tem sido curado, o que fez com que a planta fosse incluída na farmacopeia de Edimburgo.
Desde então, até agora têm sido muitas as investigações bioquímicas e biológicas que se levaram a cabo com esta planta, cujos princípios ativos ainda hoje não conseguem ser substituídos por nenhum produto químico sintético, pelo que continua a fazer parte da composição de vários medicamentos, principalmente destinados a problemas relacionados com o coração, sendo que a sua fórmula química contem digoxina, um glicosídeo cardiotónico que, atualmente são amplamente utilizados em medicina e que salvaram muitas vidas.
Devido à concentração dos seus princípios ativos depender do lugar onde é cultivada, do tempo da colheita e conservação, a farmacologia atual faz o isolamento desses princípios ativos puros. A desvantagem de fazer a extração dos químicos de uma maneira generalizada é fazer com que se prescinda de outras substâncias próprias da planta que são igualmente importantes e que complementam a sua ação.
Tal como os glicosídeos, como a digitoflavina (um corante amarelo), o ciclohexanol, os ácidos málico e sucínico, os taninos e uma diástase oxidante, estas substâncias não têm ação direta sobre o coração mas complementam e potenciam o efeito que esta planta exerce como cardiotónico.
Portanto, são um remédio insubstituível nos casos de insuficiência cardíaca, aumentando a força das contrações do coração, melhorando o seu rendimento mecânico, normalizando o ritmo cardíaco irregular ou a taquicardia. Além disso, também possui características diuréticas, pelo que ajuda a melhorar o funcionamento do aparelho circulatório no geral. No seu uso externo, as folhas são um excelente cicatrizante de ulceras e chagas cutâneas, incluindo as varicosas, para as quais se usa em forma de compressas, preparando uma infusão de 1 ou 2 folhas por litro de água, aplicando sobre a zona afetada compressas de algodão impregnadas na dita infusão.
Como foi dito no início, a Dedaleira é também tóxica e mortal se não for usada corretamente, já que uma infusão de cerca de 10 gramas pode conduzir à morte de um adulto. Pelo que deve ser administrada apenas por especialistas, pois a margem terapêutica é muito estreita e a dose tóxica é muito próxima da dose terapêutica.
As intoxicações acidentais são muito escassas devido a que a ingestão das suas folhas e flores amargas produzem irritação bucal, náuseas, vómitos e alterações da visão. Uma intoxicação grave provocaria bradicardia e finalmente a paragem cardíaca resultando em morte. Há que ter especial cuidado no seu uso ornamental, já que é muito apreciada para criar arranjos florais e centros de mesa, sobretudo se existirem crianças por perto, pois poucas flores podem causar-lhes a morte.
Primeiros Socorros
Os primeiros socorros no caso de uma ingestão acidental consistem em provocar o vómito, lavagem do estomago, eméticos, administração de carvão ativado e, antes de mais, é necessário encaminhar a pessoa de imediato ao hospital.
Durante a idade media e até ao século XVII na Europa, era considerada como um amuleto para proteção contra maus espíritos e bruxarias e era habitual colocar uns raminho no lintel das portas e janelas das casas, sobretudo na noite do solstício de Verão, no são João.
Existem numerosas lendas que lhe atribuem diversas propriedades mágicas. No Reino Unido é conhecida como Foxglove (luva da raposa), pois a sua lenda diz que as fadas más as punham nas patas destes animais para que pudessem entrar nos galinheiros dos campestres sem fazer barulho. Na Irlanda é conhecida como dead man’s thimbles (dedal do morto), pelas suas propriedades tóxicas.
Na península ibérica a Dedaleira é associada ao mundo das fadas, provavelmente porque a curiosa forma das suas flores é conhecida como chapéu dos duendes ou das fadas, os quais se crê que habitam onde cresce a Dedaleira e que dançam no meio delas nas noites de lua cheia.
Na Galiza associa-se principalmente às Meigas e à noite de são João, onde existe a lenda “Onde crescem as Dedaleiras crê-se que é onde dançam as Meigas nas noites de lua cheia”.
A tradição popular diz que trazer um saquinho de veludo vermelho cheio de pó de Dedaleira não só protegerá dos maus espíritos que a pessoa carrega como também despertará o seu atrativo sexual e o tornará mais sedutor.
É da família das escrofulariáceas, é uma planta de especto felpudo na sua totalidade, de caule cilíndrico e oco que pode ir dos 1,70 aos 2,50 metros de altura. As suas folhas lanceoladas e basais podem alcançar os 40 centímetros de longitude. As suas flores campaniformes assemelham-se a dedais de cores púrpuras intensas, dispõem-se formando uma haste de flores pendentes, atingindo até os 5 centímetros de largura, estando em grupo.
Durante o primeiro ano de crescimento, o seu aspeto é de um plantel em forma de roseta de folhas verdosas, basais, ovais e dentadas. Durante o segundo ano gera-se a floração, durante a qual um grande caule coroado por flores emerge de entre as folhas verdosas terrestres. Florescem de Junho a Setembro.
Fácil de cultivar, e também pelo seu valor medicinal, é muito apreciada como planta ornamental, precisa de espaço suficiente (pelo que é recomendável plantá-la num jardim) preferindo os climas temperados, a sombra ou semi-sombra e os solos férteis e húmidos.
Originária do norte da Europa e parte do noroeste de África e Ásia central, podendo também ser encontrada, devido à sua introdução desde o continente europeu, em países sul-americanos, como Argentina ou Chile.
Devido à sua grande adaptabilidade, hoje podemos encontra-la de forma silvestre em terrenos frios, húmidos e sombreados, como nos limites dos bosques ou prados próximos a rios ou zonas pantanosas e com maior frequência perto de carvalhos, faias e abetos e também junto a azinheiras e sobreiros no sul da península ibérica.
Propriedades Medicinais
A Dedaleira é o típico exemplo de como a mesma planta tanto pode curar como matar. As suas virtudes medicinais estão nas folhas, de odor escasso mas característico, e de profundo sabor amargo.
Administrada pela primeira vez no século XVII na Inglaterra, como tratamento numa infusão de folhas de digitalis, a um doente que padecia de hidropsia de origem cardíaca (inflamação do corpo devido ao mau funcionamento do coração) tem sido curado, o que fez com que a planta fosse incluída na farmacopeia de Edimburgo.
Desde então, até agora têm sido muitas as investigações bioquímicas e biológicas que se levaram a cabo com esta planta, cujos princípios ativos ainda hoje não conseguem ser substituídos por nenhum produto químico sintético, pelo que continua a fazer parte da composição de vários medicamentos, principalmente destinados a problemas relacionados com o coração, sendo que a sua fórmula química contem digoxina, um glicosídeo cardiotónico que, atualmente são amplamente utilizados em medicina e que salvaram muitas vidas.
Devido à concentração dos seus princípios ativos depender do lugar onde é cultivada, do tempo da colheita e conservação, a farmacologia atual faz o isolamento desses princípios ativos puros. A desvantagem de fazer a extração dos químicos de uma maneira generalizada é fazer com que se prescinda de outras substâncias próprias da planta que são igualmente importantes e que complementam a sua ação.
Tal como os glicosídeos, como a digitoflavina (um corante amarelo), o ciclohexanol, os ácidos málico e sucínico, os taninos e uma diástase oxidante, estas substâncias não têm ação direta sobre o coração mas complementam e potenciam o efeito que esta planta exerce como cardiotónico.
Portanto, são um remédio insubstituível nos casos de insuficiência cardíaca, aumentando a força das contrações do coração, melhorando o seu rendimento mecânico, normalizando o ritmo cardíaco irregular ou a taquicardia. Além disso, também possui características diuréticas, pelo que ajuda a melhorar o funcionamento do aparelho circulatório no geral. No seu uso externo, as folhas são um excelente cicatrizante de ulceras e chagas cutâneas, incluindo as varicosas, para as quais se usa em forma de compressas, preparando uma infusão de 1 ou 2 folhas por litro de água, aplicando sobre a zona afetada compressas de algodão impregnadas na dita infusão.
ATENÇÃO! É TÓXICA!!
Como foi dito no início, a Dedaleira é também tóxica e mortal se não for usada corretamente, já que uma infusão de cerca de 10 gramas pode conduzir à morte de um adulto. Pelo que deve ser administrada apenas por especialistas, pois a margem terapêutica é muito estreita e a dose tóxica é muito próxima da dose terapêutica.
As intoxicações acidentais são muito escassas devido a que a ingestão das suas folhas e flores amargas produzem irritação bucal, náuseas, vómitos e alterações da visão. Uma intoxicação grave provocaria bradicardia e finalmente a paragem cardíaca resultando em morte. Há que ter especial cuidado no seu uso ornamental, já que é muito apreciada para criar arranjos florais e centros de mesa, sobretudo se existirem crianças por perto, pois poucas flores podem causar-lhes a morte.
Primeiros Socorros
Os primeiros socorros no caso de uma ingestão acidental consistem em provocar o vómito, lavagem do estomago, eméticos, administração de carvão ativado e, antes de mais, é necessário encaminhar a pessoa de imediato ao hospital.
Seu uso na Magia Natural
Durante a idade media e até ao século XVII na Europa, era considerada como um amuleto para proteção contra maus espíritos e bruxarias e era habitual colocar uns raminho no lintel das portas e janelas das casas, sobretudo na noite do solstício de Verão, no são João.
Existem numerosas lendas que lhe atribuem diversas propriedades mágicas. No Reino Unido é conhecida como Foxglove (luva da raposa), pois a sua lenda diz que as fadas más as punham nas patas destes animais para que pudessem entrar nos galinheiros dos campestres sem fazer barulho. Na Irlanda é conhecida como dead man’s thimbles (dedal do morto), pelas suas propriedades tóxicas.
Na península ibérica a Dedaleira é associada ao mundo das fadas, provavelmente porque a curiosa forma das suas flores é conhecida como chapéu dos duendes ou das fadas, os quais se crê que habitam onde cresce a Dedaleira e que dançam no meio delas nas noites de lua cheia.
Na Galiza associa-se principalmente às Meigas e à noite de são João, onde existe a lenda “Onde crescem as Dedaleiras crê-se que é onde dançam as Meigas nas noites de lua cheia”.
A tradição popular diz que trazer um saquinho de veludo vermelho cheio de pó de Dedaleira não só protegerá dos maus espíritos que a pessoa carrega como também despertará o seu atrativo sexual e o tornará mais sedutor.
É linda!!!!